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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Insubmissas Lágrimas de Mulheres | Estante


Para quem conhece a escrita da Conceição Evaristo, já sabe que a escritora trabalha com o que chama de ‘escrevivência’, ou o ato de se escrever o que se vive. A possibilidade de ser protagonista de sua própria história, o direito de ser o dono de sua própria narrativa... o que talvez sejam atos corriqueiros na vida de alguns, certamente não o são para mulheres negras.
Em Insubmissas Lágrimas de Mulheres, Conceição não faz diferente. O livro, publicado pela Editora Malê em 2016, também perpassa o contar de história de tantas mulheres que vieram e foram. Tantas que somos. Acompanhamos uma narradora que conhece diversas mulheres negras em suas viagens, e todas elas nos permitem conhecer seus caminhos, suas dores, seus afetos. É assim que, por exemplo, conhecemos a força de leoa de Shirley Paixão; a primeira paixão de Isaltina Campo Belo; e Mary Benedita, com sua fome insaciável do mundo.


Fácil de ler, o livro traz a poética de maneiras que só a Conceição Evaristo consegue ter ao descrever o dia-a-dia. São treze mulheres com histórias e trajetórias singulares, mas que uma coisa as une bem para além de entrarem em contato com a narradora: todas são mulheres negras. E isso é maior que qualquer coisa – é não compartilhar das mesmas trajetórias, mas se ver refletida em cada pincelada.
Como diz Mary Benedita: ‘como pintar a concretude da solidão de uma mulher?’. Creio que o quadro que Evaristo nos apresenta faz com que possamos, ao menos, espiar pelo buraco dessa fechadura.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Insubmissas Lágrimas de Mulheres | Estante

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Confidências de uma ex-popular, uma história sobre transformação | Estante

Nome: Confidências de uma ex-popular.
Autora: Ray Tavares.
Editora: Galera Record.
Páginas: 432 páginas.
Classificação:
Onde encontrar: Amazon

Sinopse: Essa com certeza é uma história sobre transformação. Renata, é herdeira de um grande império e como toda garota mimada que cresceu sem a presença dos pais ela acaba sendo bastante inconsequente. Depois da sua última travessura seus pais resolvem enviar a garota para um internato católico no interior de São Paulo, porém a garota parece detestar a ideia e acredita que seus pais enlouqueceram de vez se acham que Renata Vicenzo vai morar num naquele lugar sombrio, estanho e provavelmente deve cheirar a mofo pela idade de existência do local. O internato nada mais é que um ambiente onde os filhos da elite paulistana são enviados como um corretivo por seus pais ou porque acreditam que lá é onde eles terão a melhor educação no país, mas também é o lar de um misterioso grupo bem interessante. 

A herdeira do grande império sempre se mostrou muito contente em carregar esse título, mas apesar de ter muito dinheiro lhe faltava o mais simples, afeto. Depois de cometer sua última "travessura" e ser expulsa da sua antiga escola, seus pais ficam muito preocupados com seu comportamento especialmente pelas suas companhias em São Paulo e decidem matricular a garota num colégio interno como última tentativa na esperança de uma mudança. Tendo que recomeçar num rígido internato católico onde ninguém parece ligar pro seu sobrenome, a jovem se vê perdida, mas acima de tudo sozinha já que depois das últimas notícias e consequências de suas "travessuras" seus então "amigos" a abandonaram, assim como seus pais que largaram ela no interior naquela escola que cheira a mofo.

Lidando com o desprezo de seus colegas e fugindo das investidas de um misterioso grupo em especial do seu presidente que parece querer sua atenção a todo custo. Seguir em frente vai ser complicado, solitário talvez, mas acima de tudo muito intrigante e ao descobrir seu interesse por um aluno em particular cujo as condições de vida pode ser bem diferente da que ela sempre esteve acostumada a levar em São Paulo. E no meio dessa bagunça a literatura e leitura crítica podem fazer tudo recomeçar outra vez de maneira mais leve. 

Minhas impressões:
Com certeza essa é uma história que mostra o poder de transformação social da educação através da literatura, a senhorita Vicenzo apesar de seu humor ácido e inigualável sempre precisou de nada mais que afeto e atenção. E encontrou através da educação o ponto de partida para sua transformação social  e pessoal, através da leitura crítica e discussões dentro de sala de aula. O contato com realidades diferentes é essencial para o contraste entre os personagens e o que deixa o livro bem interessante, criativo e essencial para que esteja no mercado literário brasileiro. 

O que mais gosto na escrita da Raíssa é de como ela não se esforça para agradar ninguém, simplesmente escreve uma narrativa, ambiente e personagens que gostaria de ler. Isso é nítido pela forma como conta suas histórias e é importante num escritor, pois criar premissas significativas não adianta de nada se a história como um todo não consegue se sustentar bem e se desenvolver gradativamente. Esse estava no wattpad como Bola na rede antes de ser publicado já era muito bom, mas é notável a mudança na escrita e amadurecimento especialmente da autora que repaginou tudo, vendeu os direitos para uma produtora e espero realmente façam jus a esta história a adaptando brilhantemente com toda sua grandeza e potencial.

Renata Vicenzo não poderia ter humor e postura mais engraçadas possíveis, uma vilã que se torna a mocinha que luta por justiça social. Antes de perder tudo ela ainda não tinha tomado consciência de si, mas essa história é muito mais que um belo romance adolescente e é por isso que admiro tanto a Ray, críticas sociais, política, inspiração para jovens com força de vontade para serem fator de mudança. Essa com certeza é uma história sobre transformação.

Citações favoritas:

Fico feliz em ver tantas opiniões, mesmo que divididas. São discussões assim que têm o poder de transformar.

Se não der certo, você tenta de novo. Ou tenta outra coisa . Se adapta. A vida é assim, Renata. Cheia de surpresas, deliciosas e amargas.

Todos nós em algum momento, temos que sair da nossa zona de conforto, Renata. É assustador, mas também libertador.

À primeira vista, as coisas têm uma beleza inesquecível.

Existem pessoas que só queriam uma oportunidade. Pessoas que por não se encaixarem no mesmo padrão, começavam a ter uma desvantagem.

Sabe, a gente precisa levar muitos tombos para aprender nessa vida,

Que por mais divertido e rebelde que seja, precisamos pensar duas vezes antes de tomar alguma decisão, porque ela pode ter consequências severas no futuro.

São poucos os que tem esse tipo de coragem.

Às vezes, bons líderes são aqueles que tomam as melhores decisões pelos outros.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Confidências de uma ex-popular, uma história sobre transformação | Estante

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A vida invisível de Eurídice Gusmão | Estante

Nome: A vida invisível de Eurídice Gusmão.
Autora: Martha Batalha.
Editora: Companhia das letras.
Classificação: 

Páginas: 192 páginas.
Onde encontrar: Amazon



Enquanto trabalhava nas receitas ela tinha certeza de que estava fazendo algo de valor, mas na frente do marido tudo perdia o sentido.


Sinopse: A vida em 1940, especialmente para mulheres eram bem diferentes de hoje, já que as aspirações de suas famílias para as mesmas se resumiam em que encontrassem um bom marido e fossem excelentes donas de casa. Com as irmãs Gusmão não era diferente, mas Guida teve um destino muito diferente ao de Eurídice sua irmã mais nova, pois enquanto uma desbravou o destino fugindo de casa a outar tornou-se uma dona de casa exemplar, mas vida pregou muitas peças nas irmãs Gusmão que mesmo separadas buscaram sempre o caminho de volta uma para outra.

Uma família classe média nos anos vinte, criando duas jovens sempre muito inquietas deixaram seus pais preocupados sobre as aspirações de vida e o que elas iriam se tornar. Inteligente, sagaz e talentosa. A filha mais nova dos Gusmão, Eurídice, poderia ter se tornado escritora, média ou até mesmo engenheira, mas atmosfera machista e classista dos anos vinte roubou todas as aspirações da jovem mulher retirando seu poder de escolha, transformando-a em uma dona de casa.

Ainda jovem, tenta conhecer outros caminhos tocando flauta chegando até a ser convidada para tocar numa Orquestra, mas logo sofre com a rejeição dos pais que acreditam não ser aquele o caminho de uma moça de família para ter um bom marido. Depois de casada, ela tenta desbragar outros caminhos e se encontrar, na cozinha ela começa a desbravar outros caminhos com seu pequeno caderninho de receitas de capa preta, logo é interceptada pelo marido que diz que ninguém compra um livro de receitas feito por uma dona de casa. Ela desiste, mas a jovem mulher inquieta não consegue ficar parada e dá rumo a outras ideias, porém ao tentar colocar em prática sempre acaba sendo frustada pelo marido.

Tentando escrever com outras linhas seu destino, Eurídice se vê perdida, sem rumo, já não consegue mais pôr nada em prática. Um dia descobre uma prateleira de livros e dando de cara com tantos autores, tais como: Antonio Candido, Caio Padro Jr , Virginia Woolf, Jane Austen, George Eliot e Lima Barret, desbrava a litura como seu único alimento, tendo como companhia sua máquina de escrever e  muitas ideias. 


Minhas impressões:
A inquietude de Eurídice como mulher e personagem é o que prende de fato o leitor as páginas do livros para saber o que vai acontecer. A história se passa dos anos vinte em diante, narrando cuidadosamente a historia das irmãs Gusmão sobre seus diferentes destinos e de como se perder fez com que as duas se encontrassem em meio as linhas tortas do destino.  Todas as violências acometidas as mulheres narradas por Martha acontecem até hoje e é justamente isso que fez como que me questione até onde avançamos como mulheres? o que de fato conquistamos, se isso ainda acontece? 

Entre os paradigmas de uma dona de casa e de jovem inquieta, a história da irmã mais nova nos mostra como ainda somos invisíveis e apesar de alguns marcos e avanços talvez ainda não tenhamos conquistado tanto como mulheres. E foi este o paradoxo que a autora deixou em minha mente depois que terminei de ler o livro numa madrugada. A invisibilidade de Eurídice ainda nos afeta ou ela só foi mascarada? Como o racismo, violência e o machismo (evidente e ainda presente) na sociedade carioca perpassa por todas as camadas desde a da família classe média até as camadas sociais mais pobres e menos privilégiadas que nos cercam?

A inquietude de Eurídice é fato um problema ou uma mulher que pense afrente de seu tempo e queria desbravar outros caminhos é uma ameaça? Perguntas facilmente respondidas numa análise a leitura deste livro, Martha nos presenteia com uma bela narrativa, mas com histórias tão difíceis de engolir e intragáveis em alguns momentos por não estramos tão distante quanto gostaríamos dessa realidade.

Citações favoritas:

Sozinha na cama, corpo escondido sob o cobertor, Eurídice chorava baixinho pelos vagabunda que ouviu, pelos vagabunda que a rua inteira ouviu. E porque tinha doído, primeiro entre as pernas e depois no coração.

Ninguém vale muito quando diz ao moço do censo que no campo profissão ele deve escrever as palavras “Do lar”.

Cecília veio ao mundo nove meses e dois dias depois das bodas. Era uma bebê risonha e gordinha, recebida com festa pela família, que repetia: É linda! Afonso veio ao mundo no ano seguinte. Era um bebê risonho e gordinho, recebido com festa pela família, que repetia: É homem!

Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas ela escreveria clássicos. Mas o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar.

“É para você escrever o que pensa do mundo”,

O segundo é que quando Zélia escrevia se transformava em uma das mulheres mais interessantes de seu tempo.

Enquanto trabalhava nas receitas ela tinha certeza de que estava fazendo algo de valor, mas na frente do marido tudo perdia o sentido.

D. Maricotinha, no entanto, não achava a vida uma dádiva. Achava a vida um absurdo.

Quando tocava existiam apenas ela e a flauta, e aquele era um mundo perfeito, por ser um mundo pequeno.

Mostrando para Eurídice que havia um mundo mais cruel do lado de fora do que aquele que tinha construído por dentro.

Fugir era que nem morrer, só que pior, porque na morte a pessoa vai embora sem saber, e não pode se despedir. Mas na fuga a pessoa sabe que está indo embora, e nem se importa em dizer adeus.

Às vezes a gente acha que está fazendo tudo certo, mas quando se dá conta descobre que estava com os olhos tapados e não consegue acertar de jeito nenhum.”

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A vida invisível de Eurídice Gusmão | Estante

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A impossível faca da memória | Estante

Nome: A  impossível faca da memória.
Autora: Laurie Halse Anderson.
Editora: Valentina.
Páginas: 352 páginas.
Classificação:  

Sinopse: Hayley Kincain passou anos viajando de caminha na companhia de seu pai fugindo das lembranças que os assombravam. De volta a cidade natal de Andy, ela está indo para escola outra vez e na tentativa de ter uma vida normal. Convivendo em meio a depressão de seu pai os dias parecem ser só nebulosos e o cenário psicológico dele parece complicar todos os dias. Enfrentando seus demônio anteriores e convivendo com luto da perda de sua mãe, Hayley se enxerga perdida tentando fugir de suas memórias.

Após a morte de sua mãe, seu pai esteve em um cenário de estresse pós traumático por ser um veterano de guerra, sem tratamento e em negação sobre o seu estado emocional os papéis de pai e filha se invertem e a garota se vê perdida ao tentar ajudá-lo. Após retornar a sua cidade natal, reencontrar sua amiga de infância e apesar de não ter muitas lembranças recorrentes da garota sua amizade parece ocupar um espaço que está faltando na vida de Hayley, junto com ela o jovem Finn se aproxima da garota sendo levemente encantador e divertido deixando aquele cenário sombrio de sua casa e suas manhãs à caminho da escola mais leves e engraçadas.

A Hayley nunca estudou numa escola e quem sempre lhe deu aulas foi seu pai o que foi um impasse na sua adaptação escolar e que é narrada ao longo da história. Como a garota sempre passou sua vida viajando com seu pai que era caminhoneiro fazer planos para o futuro parece deixar tudo confuso, pois o amanhã a assusta mais do que qualquer outra coisa e sua orientadora tentando entender o que se passa com ela parece deixar tudo mais complicado ainda.

Minhas impressões:
Fazia tempo que não lia uma história tão diverta e encantadoramente dolorosa. A narrativa de Halse é repleta de dor e dá uma nova roupagem a tristeza existente em toda a história de Hayley que possui um humor ácido e um tanto quanto peculiar.  É uma personagem feminina extremamente forte, divertida e as cenas do livro são bem equilibradas. O enredo é bem atrativo e discuti muito sobre afeto, família e responsabilidade emocional. Tem um romance, mas ele é bem leve e é posto segundo plano, mas tem um destaque interessante o Finn é um personagem muito divertido e em todas as cenas que ele faz parte junto com a Hayley a química entre os dois personagens é inegável e naturalmente construída.

É importante ressaltar que esse livro pode conter gatilhos para depressão, transtorno de bipolaridade e estresse pós traumático. O pai da personagem é veterano de guerra existem várias cenas que podem vir a ser gatilhos ou facilmente impactadas por leitores mais sensíveis por conterem abusos de álcool e drogas. A forma como a história é narrada  pode não ser confortável para algumas pessoas porque a forma como a autora narra é bem específica e particular da sua escrita, os personagens são estruturados de acordo com essa narrativa o que não nos faz criar um laço com eles além do superficial e muito parecido com Fale! que é outro livro da autora em alguns sentidos de criação e estruturação.

No mais é uma boa história, bem construída e que contém clichês de outros livros jovem adulto, mas que não se perde ou se resume apenas neles o que é o diferencial da história e provavelmente o que me fez gostar tanto dela. 


Citações favoritas:

Família NÃO significa apenas uma unidade biológica composta por pessoas que compartilham marcadores genéticos ou vínculos legais, encabeçada por um casal heterossexual. Família é muito mais do que isso. Porque não estamos mais vivendo em 1915, entende?

A diferença entre esquecer uma coisa e não se lembrar dela é tão grande que dá para um caminhão passar entre as duas.

A alma dele ainda está sangrando. Isso é muito mais difícil de curar do que uma perna ferida ou uma concussão cerebral.

Meus pés pareciam enraizados na terra. Havia mais do que dois corpos enterrados ali. Havia pedaços de mim que eu nem sabia que estavam sob o chão.

Diga-lhe que é igualzinha à mãe. E que é forte o bastante para enfrentar o mundo.

Lá na borda, a rotação da Terra tinha diminuído para nos dar o tempo de que precisávamos para reencontrar um ao outro.

Não se pode fugir da dor, garota. Lute com ela e fique mais forte.

Eu fechara a porta para as lembranças porque doíam.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A impossível faca da memória | Estante

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Se não eu, quem vai fazer você feliz? minha história de amor com o chorão | Estante


Nome: Se não eu, quem vai fazer você feliz? minha história de amor com o chorão
Autora: Graziela Gonçalves
Editora: Paralela
Classificação: 
Páginas: 267 páginas.
Onde encontrar: Amazon | Cultura | Submarino

Sinopse: Depois de diversos convites, Graziela finalmente aceitou compartilhar sua história de amor com o Chorão com os fãs da banda. Narrado em primeira pessoa, a história passeia por todas as fases do casal, a autora divide os detalhes íntimos que forram cruciais na relação deles e como juntos trabalharam pela banda, construíram uma vida e dividiram sonhos. Uma história de amor real e que foi infelizmente teve um fim trágico por causa de droga, mas isso não diminui nada do que eles viveram e conquistaram juntos.

Alexandre Magno popularmente conhecido como Chorão, foi um dos grandes ícones do rock nacional e inspira muitas bandas brasileiras até hoje. Conquistou o Brasil com suas letra repletas de paixão pela música. Essa intensidade marcou também sua icônica história de amor com Graziela Gonçalves, sua esposa e companheira cujo abraçou os seus sonhos com a banda e fez tudo que podia para ajuda-ló.

Infelizmente em março de 2013, o cantor faleceu após uma overdose. E desde então a sua esposa, então viúva recebeu diversos convites para escrever um livro sobre história dos dois, mas na época a mídia a responsabilizou pelo estado mental de seu companheiro até então viciado em cocaína.

Mesmo com os alertas da esposa aos amigos, conhecidos e familiares nenhum foi levado a sério. O que resultou no abandono dele do tratamento e logo depois o óbito. Quando uma pessoa vira um dependente químico todos a sua volta adoecem e não foi diferente com ela. Após sua morte a culpabilização por algo que não lhe dizia respeito como a saúde mental de seu parceiro, o afastamento de tudo e todos foi inevitável, mas após um período sabático ao escrever esta história e visitar locais do passado através da escrita a libertou da dor e do luto, dando espaço apenas para o amor e gratidão de ter vivido essa história.
Minhas impressões:
Então, eu sempre fui muito fã da banda e lembro exatamente o que estava fazendo no dia que o chorão morreu. Estava no primeiro ano do ensino médio e tinha costume de sempre ler as notícias em portais online ao acordar, assim que abri o facebook o R7 tinha acabado de postar sobre sua morte. Peguei o celular e liguei para o meu melhor amigo na época que era muito fã do Charlie Brown Jr e disse: "você ta sentado?" "não,o que foi?" "então, senta que eu preciso te dar uma notícia" "fala" "chato, o chorão morreu" silêncio do outro lado da linha. Aquele dia no colégio foi estranho e eu que nunca tinha lidado com a morte de alguém que admirava de perto lidei pela primeira vez.

A narrativa é extremamente fluída, envolvente e muito boa para um primeiro livro. Devorei a história em um dia, foi impossível para mim largar o livro e não perguntar o que vinha depois. Todas as fases do Charlie Brown o crescimento da banda, deles enquanto pessoas e toda a espiritualidade que envolveu isso tudo. É absurdamente bom.   

Grazi, você é uma mulher incrível. Admiro sua força e coragem de contar sua história de amor e dividir algo tão íntimo de vocês. Esperei muitos anos para ouvir a sua versão do que tinha acontecido, pois sabia que mídia tinha te pitado como vilã, mas lendo este livro tenho certeza que foi feito o possível e impossível por ti para salva-ló. Se tem um vilão nessa história, esse grande vilão é a cocaína que destruiu a vida de um homem que tinha seus defeitos e qualidades, mas que com certeza deixou um legado musical esplêndido juntamente com uma legião de fãs apaixonados.  Redescobri as letras lendo a história de vocês e reconheci muitas delas no dia a dia dele, foi lindo como a espiritualidade (especialmente o espiritismo) o fez bem, ao enxergar um caminho diferente os cds tomaram outro rumo e suas letras um destino lindo e se tornando ainda mais apaixonantes, sinceras e críticas.

Chorei muito como final deste livro,pois me fez relembrar o fatídico dia em abril de 2013. E a Grazi conseguiu traduzir com uma maestria singular todas as suas emoções e conter as lágrimas foi inevitável, nunca assisti um show do Charlie Brown Jr infelizmente o Alexandre se foi antes disso e coincidentemente o Champinhom também com show marcado para Recife próximo, foram dois baques no mesmo ano e que pegaram os fãs de surpresa. Se pudesse daria todas a incontáveis estrelas do céu para classificar o quanto gostei desse livro como não posso me contento em escrever essa resenha.

Citações favoritas:

Estava naquele período da vida em que você toma consciência de muitas coisas e entra na viagem de se comparar com os outros.

Mas, quando uma coisa tem de acontecer, tudo parece conspirar a favor.

Você é linda, é inteligente, e senti uma sintonia rara entre a gente. Tô procurando alguém assim pra mim. Você é poesia em movimento.

O que eu estava sentindo era especial demais para deixar que o medo me impedisse de viver aquele amor.

Fato de que a vida era isto: uma sucessão infinita de desafios.

Eu me encantava cada vez mais por aquele cara que me ensinava o que era o amor de verdade e me mostrava que a palavra “desistir” não fazia parte do seu vocabulário.

O amor pela música nos tornava cúmplices, como se dividíssemos um segredo só nosso, e reconhecíamos, com respeito, o poder que ela tem de forjar elos inesquecíveis.

Acredito muito que, quando estamos no caminho certo, entramos numa espécie de fluxo — uma vibração na qual tudo parece acontecer em perfeita sincronia

E, sobretudo, de algo que marcou muito a identidade das letras: a coragem e a importância de não desistir dos nossos sonhos.

Afinal, a hora mais escura é aquela que precede a luz, como dizem por aí.

Mas, se você está no jogo, é bom aprender as regras. Acima de qualquer coisa, eu tinha um compromisso comigo mesma,

Que neste mundo cada um tem o seu caminho a trilhar, que não podemos andar por uma estrada que é do outro.

Não existem culpados. Assim como não é possível passar por essa vida sem cometer erros.

“Sempre que desejar algo, pode pedir ao pôr do sol. Pra mim, ele é o melhor mensageiro de Deus.”

Algumas mágoas e ressentimentos de coisas ditas sem intenção não iam embora tão facilmente.

Compartilhar uma refeição, para mim, ainda é a melhor coisa que podemos dividir com alguém.

Temos de aprender o que realmente nos faz felizes e parar de engolir padrões que acabam nos colocando dentro de caixas e nos sufocando.

Mas eu sabia que tentar simplificar as coisas e relativizar a dor do outro é muito fácil.

Aprendi que não estamos no controle de nada, a não ser das nossas próprias escolhas, e que, a partir delas, podemos criar esta ou aquela realidade.

Hoje compreendo que só me tornei o que sou graças a tudo o que vivi. Acolho cada experiência com amor e gratidão eternos. Se um dia eu quis fugir da minha história, hoje a carrego como um estandarte, com muito orgulho.

Os fãs são o maior tesouro que um artista pode ter.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Se não eu, quem vai fazer você feliz? minha história de amor com o chorão | Estante

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Céu sem estrelas | Estante

Nome: Céu sem estrelas.
Autora: Iris Figueiredo.
Editora: Seguinte.
Páginas: 357 páginas.
Classificação: 

Onde comprar: Amazon | Cultura | Saraiva | Submarino 

Sinopse: Cecília acabou de completar dezoito anos e parece que a maior idade chegou com tudo inclusive mais responsabilidade do que esperava. Perder seu primeiro emprego e entrar num briga terrível como a sua mãe vai bagunçar mais ainda suas expectativas sobre futuro, faculdade e isso faz com que ela acabe tendo que ir morar a casa melhor amiga. Onde acaba se aproximando de Bernardo e os dois engatam num relacionamento Um livro sobre saúde mental, romance e família.

Cecília tem muitos traumas e os guarda para si junto com alguns ressentimentos dos seus relacionamentos familiares. Ela e sua mãe tem uma dinâmica comunicativa complicada pela ausência de seu pai e por ela não entender algumas escolhas de sua mãe. Bernado nunca teve um relacionamento sério e guarda muito de seus traumas para si por medo de não ser compreendido, mas acha que finalmente está pronto para se abrir e ter um relacionamento com alguém. Logo quando Cecília se muda para sua casa e eles se aproximam tudo parece fluir com naturalidade .

Uma história sobre amor, família, amigos e saúde mental. Iris escreve com uma sensibilidade imensa e emerge o leitor em suas histórias com facilidade. A busca por compreensão dos jovens é retratada de maneira crua, dolorosa e real. E essa é uma das belezas de sua escrita buscar compreensão no desconhecido e não amaciar as palavras, entender a tristeza em todas suas nuances e compreender quando se precisa de ajuda.




Minhas impressões:
Não é segredo pra ninguém que sou uma grade fã da Iris e quando ela disse que seria publicada pela seguinte fiquei muito feliz por esse reconhecimento. Nos conhecemos em 2015 na Bienal do livro de Pernambuco e acabei comprando Confissões online desde então sigo apaixonada pela sua escrita.

Este livro me acolheu extremamente quando mais precisava. Céu sem estrelas é mais um livro YA e rompeu todas as expectativas que tinha ao superar todas elas. É incrivelmente poético, real e triste. A Cecília encontra um lugar comum em meio as palavras tristes, vida adulta e faculdade. Senti cada palavra deste livro e não poderia ficar mais feliz por algo tão verdadeiro, cru e responsável sobre saúde mental para jovens ter sido publicado. Espero que possa alcançar muitas pessoas, já foi o mais vendido da flipop e espero que esgote na bienal.

No Brasil, grande parte dos adolescentes sofrem de transtornos mentais graças a tecnologia, vida ou só a crueldade na qual foram inseridos desde muito novos (socialmente falando). Enfim, existem inúmeros motivos para recomendar para vocês é nacional, bem escrito, tem muita representatividade e foi o primeiro livro que li com personagem deficiente e gordo que eram relevantes na história. Mas espero que se você ler este livro e se identificar com a Cecília em alguns pontos procure ajuda. Saiba que apesar de algumas vezes não conseguir levantar da cama existe uma saída para o que você está sentindo. Esta saída está próxima de você mesmo que a tristeza não o deixe enxergar isto, procure ajuda. 

Além de tudo isso toca em um tema muito importante e pouco debatido nas mídias tradicionais gordofobia. Fala-se muito sobre corpo, padrão de beleza, transtornos e compulsões alimentares. Mas ainda é preciso desmitificar a figura da pessoa gorda na mídia, na medicina e na sociedade como um todo. A autora fez isso com maestria nesta história e com uma sensibilidade única característica de sua escrita.  

Citações favoritas:

Acho que todo mundo só enxerga no outro aquilo que é conveniente.

Só queria estar com alguém que me permitisse descobrir quem eu queria ser. Quem me visse e me aceitasse do mesmo jeito.

Não gosto de coisas tristes por si só, se é isso que você quer saber. Mas eu gosto de saber que há pessoas por aí que me entendem, de certa forma.

Porque o mundo não quer que a Mística seja ela mesma.

Que às vezes que você tinha a sorte de encontrar alguém que era capaz de ouvir as questões existenciais que você tinha para compartilhar sem rir ou fazer pouco caso.

Pessoas são sempre complexas.

Era só um lembrete de que a dor podia ser sentida se outras formas - que podia ir para fora, que por uns instantes não ia me consumir por dentro.

À princípio não entendera muito bem que o estava acontecendo, mas me me importava com ela e queria protegê-la do mundo, embora soubesse que não era capaz daquilo.

As coisas ficam pequenas lá de cima. A gente percebe como é pequeno diante da imensidão do mundo.

Sempre existe uma saída, mesmo que a gente não consiga enxergar.

A vida é muito mais do que o sentimento que o sufoca.

Há muitas estrelas no céu, não deixe que as nuvens te façam se esquecer disso.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Céu sem estrelas | Estante

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Sorte Grande | Estante

Nome: Sorte Grande.
Autor: Jennifer E. Smith. 
Editora: Galera Record.
Páginas: 384 páginas.
Classificação: 
Onde encontrar: Amazon | Cultura | Saraiva | Submarino

Sinopse: Alice não acredita mais em sorte depois que perdeu os pais tragicamente. Mas ainda acredita no amor de seus tios, o primo Leo e o melhor amigo o Teddy. Uma combinação maluca de datas especias, bilhetes de loteria e aniversários faz com que ela dê um bilhete vencedor de presente para o seu amigo. O garoto acaba ganha a bolada de quase 150 milhões de dólares e isso muda tudo na vida dos três amigos. Um beijo trocado na hora errada acaba deixando tudo ainda mais confuso. Dinheiro não compra amor, mas será que ele não pode ajudar esses garotos?

Alice tem uma vida feliz com seus tios, mas ela daria tudo para poder abraçar seus pais outra vez. Desde que eles se foram é como se um muro tivesse se erguido sobre ela e deixar as pessoas entrarem é complicado, pois não é tão fácil quanto parece. Quando seu melhor amigo Teddy está prestes a completar dezoito anos ela acredita que um bilhete de loteria seria um ótimo presente. Com a combinação de aniversários e datas importantes ela aposta no presente sem pretensão de que tudo fosse mudar a partir daquilo.

Teddy e sua mãe tem tido uma vida difícil desde que o seu pai os deixou. O dinheiro vem na hora que ele menos espera e proporciona tudo que ele queria dar a mãe: mais conforto e menos tempo trabalhando. O que ele não esperava que um beijo trocado entre as comemorações o deixasse tão confuso e incerto sobre o futuro. 


Minhas impressões:
A narrativa da Jennifer é uma das minhas favoritas. Sou complemente apaixonada pela maneira que ela descreve os personagens e maneira com que faz a narrativa parecer leve mesmo com assuntos mais pesados. Uma das características de sua escrita é escrever romances com enfoque familiar o que particularmente me fez ficar apaixonada por ela desde A probabilidade estatística do amor à primeira vista e A geografia de nós dois já resenhados aqui no blog.

Escrever sobre problemas familiares tão bem é realmente o dom dessa mulher. Confesso que não gostei muito do Teddy em alguns momentos da história, mas entendo as motivações de algumas atitudes dele, só não concordo. Sempre tocando em temas profundos e acolhedores dentro do âmbito familiar ao citar as características de famílias que mesmo dentro de esteriótipos funcionam disfuncionalmente, pois não exite um modelo ideal.

O romance sempre tem um segundo plano. Ela faz os amigos serem uma espécie de rede para os problemas familiares e desavenças da vida. Sempre criando um grupo de amigos ou um determinado personagem de importância na história. A Alice, Leo e Teddy assim como muitos adolescentes estão passando pelos dilemas de descobrir quem eles querem ser e quem vão se tornar depois do ensino médio. E acompanhar isso tudo a partir da perspectiva da autora e sua narrativa particular é o que sempre me deixa animada para um novo livro dela. 

A narrativa parece cansativa caso você não esteja habituado aos livros dela, mas assim como em A geografia de nós dois tudo isso influência no resultado final onde todas as ponta se encaixam.

Citações Favoritas:

A vida não se curva a vontade de ninguém. E também não funciona baseada em um sistema de créditos. Só porque o mundo roubou algo de mim, não significa que me deva outra coisa em trica. E só porque estoquei uma quantidade grande de má sorte, não significa que vá receber algo de bom em troca.

As coisas que eu mais queria no mundo não podem ser compradas com dinheiro.

Quantas vezes uma vida pode ser dividida entre antes e depois?

Para sempre, penso, fechando os olhos por um segundo. Parece uma promessa tão frágil.

E ser parte de uma coisa - ser realmente parte - significa que essa coisa pode ser tirada de você. Significa que você tem algo a perder. E eu já perdi coisas demais.

Existem todo tipo de palavras que podem nos descrever. Mas a gente é que escolhe as mais importantes.

Você já foi a maior sorte que me aconteceu. 

Estar tão próximo de alguém que você ama sem que a pessoa saiba. Sem que ela jamais retribua. É terrível também.

Não é nenhum crime você sabe né? - O que? - Sua cabeça e seus coração estarem em lugares diferentes.

Às vezes, parece que o tempo é maleável, como se o passado se recusasse a ficar quieto e você acabasse arrastando por aí com você, querendo ou não. Outras vezes, parece tão antigo e distante quanto aqueles castelos. Talvez seja assim que as coisas devam ser. 

Há um espaço entre esquecer e seguir em frente, e ele não é fácil controlar.

Eu devia saber melhor que qualquer pessoa que a sorte não é um recurso infinito.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Sorte Grande | Estante

sábado, 7 de julho de 2018

Quinze Dias | Estante

Nome: Quinze Dias.
Autor: Vitor Martins.
Editora: Globo Alt.
Páginas: 208 páginas.
Classificação: 
Onde encontrar: Amazon | Cultura | Saraiva | Submarino


Sinopse: Felipe todo ano espera ansiosamente pelas férias de julho que é quando finalmente fica longe dos seus colegas de classe que o maltratam. Os planos dele são colocar as séries em dia, ler alguns livros ou simplesmente ficar só de bobeira mesmo. Porém todos os seus planos vão por água a baixo quando Caio seu vizinho por quem ele tem um crush vai passar quinze dias da sua casa e sua mãe esqueceu de contar para ele.

O Felipe sofre muito bullying por causa dos seus colegas de classe pro ser gordo e eles simplesmente se acharem no direito de usar isto como desculpa para o ofender o tempo inteiro. Em meio a todas as suas questões pessoais sobre corpo, sexualidade e amor o garoto se vê perdidamente apaixonado pelo seu vizinho caio cujo já foi seu amigo na infância. 

O Caio é superfã se senhor dos anéis e queria que os pais confiassem mais nele ao invés de o deixar na casa dos vizinhos ele gostaria de ficar e casa sozinho.O livro vai se passar num período de quinze dias e as pequenas coisas sempre importam muito na história. Tudo acontece naturalmente e gradativamente.



Minhas impressões:

É uma história de amor sem tragédias e isso é muito importante para a vivência, pois o Brasil é um dos países que mais mata LGBTQ+ e histórias como está só reforçam que todo mundo merece viver uma história de amor. E que algumas pessoas finalmente precisam enxergar isso com mais amor e menos ódio e parar de querer enfiar o nariz no relacionamento alheio.

O livro também trás várias discussões importante sobre corpo, amizade, família e amor. Me diverti muito lendo a escrita do Vitor é muito gostosa, ele é bastante engraçado e trás várias referências a cultura pop fazendo com o leitor se encontre na narrativa.



Citações favoritas:


E eu sei que não posso proteger todas as crianças, mas às vezes a arte pode. 

Ela é sua mãe. Ela e ama desde o segundo em que vocês nasceu.

O mundo inteiro é seu.

O destino pode ser um escudo ou umas espada. Cabe a você decidir.

Mesmo sendo magra, Melissa tem suas inseguranças. Então magreza não é um prêmio que se ganah na loteria e garante a felicidade eterna.

Eu já assisti comédias românticas e frequentei sessões de terapia por tempo demais para saber a minha felicidade não pode depender de outra pessoa.

Um dia você aprende a gostar mais de quem você é, e isso vai refletir em como as outras pessoas vão te enxergar. 

sábado, 7 de julho de 2018

Quinze Dias | Estante

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Minha vida mora ao lado | Estante

Nome: Minha vida mora ao lado.
Autora: Huntley Fitzpatrick.
Editora: Valentina.
Páginas: 319 páginas.
Classificação: 
Onde encontrar: Amazon | Cultura| Saraiva | Submarino

Sinopse: Sam sempre gostou de espiar seus vizinhos pela sua janela. A sua família é muito regrada e sua mãe tem carreira na política e esta focando nela e neste verão, a sua irmã está de férias, mas decidiu não voltar para casa desta vez. Ela sempre observou os Garret seus vizinhos uma família grande e muito divertida da qual ela espia pela sua varanda há anos. Desta vez, uma estranha coincidência faz com que um dos filhos desta família acabe ficando próxima dela naquele verão.

Seria clichê dizer que Samantha nem de longe esperava o que estava prestes a acontecer? Ela sempre teve uma vida muito certinha sob os olhos de sua mãe. Porém este verão ela decidiu se dedicar a carreira política o que deixou a garota um pouco mais a vontade para ter experiências novas e conhecer pessoas diferentes. Numa noite de verão Jase Garret acaba se aproximando e o todo aquele barulho, afeto e caos que ela sempre que fizesse parte da sua vida estava mais perto do que esperava.

Quanto mais eles se aproximam mais percebem que estão se apaixonando um pelo outro. Porém eles precisam aprender lidar com todas as desavenças a respeito de suas famílias e primeiro amor. Até que algo acontece com Sam e ela se vê perdida a qual família recorrer. Será que alguém está pronto pra sacrificar tudo pela verdade?

Minhas impressões:
A narrativa da autora é cativante. Estava tão saturada de mais do mesmo que quando li, fiquei muito feliz de que apesar do enredo clichê pelos mesmos dilemas adolescente os personagens eram um pouquinho fora da curva. Livros com enfoque familiar são sempre os meus favoritos e as discussões a repeito de família deste livro são bem relevantes. Tem muitos personagens e todos eles tem um papel importante nesta história, o que é muito legal e difícil de ser feito sem deixar cansativa a leitura. Meu favorito sem dúvida é o irmão mais novo do Jase o George chama a Samantha de Sailor Moon e ama toy story. 

A leitura é muito gostosa e amo ler sobre famílias grandes muita confusão, gritaria e diálogos engraçados. A risada é garantida assim como suspiros como naquelas filmes da sessão da tarde. Também vamos ter umas reflexões a respeito de descobertas e maturidade na adolescência, afinal todo YA tem. O diferencial é a forma como é retratado e escrita gostosa da Huntley que deixa tudo mais leve.

É mais que um romance de verão é um grande diálogo sobre família, amar e ser amado. E tudo isso vai transformar ela como pessoa e isso não se dá apenas em função do seu relacionamento. As mudanças que ocorrem devido a aproximação dos dois mudam a perspectiva que a ´personagem tem sobre a vida e principalmente como pessoa. Também tem uma discussão sobre política de forma mais romantizada é claro, pois esse não é o foco principal da história.


Citações favoritas:

Acho que gosto de coisas que exigem tempo e atenção. Vale mais a pena assim.

Você está andando por um caminho, impressionado com a perfeição dele, com o fato de você se sentir incrível e, algumas esquinas depois, se perde num lugar pior do que qualquer coisa que poderia ter imaginado.

No entanto, nunca sabemos com certeza se, quando as coisas desmoronarem, vamos pensar na nossa segurança primeiro ou se isso vai ser a última coisa que vai passar pela nossa cabeça.

Nenhuma palavra é dita por um longo tempo. Mas tudo bem, porque até as mais importantes são apenas substitutos para o que podemos expressar de forma melhor sem nada a dizer. 

Não tem nada a ver com o jeito como as coisas parecem ao longe e tudo a ver como o modo como ela são de verdade.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Minha vida mora ao lado | Estante