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sábado, 29 de julho de 2017
Caixa Postal | Escritos
Dançando sob as estrelas esta noite sonhei que encontrava você.
Tinhas um buquê em mãos, mas nem ousei perguntar porquê. Conversamos alegremente sobre a vida e nossas expectativas pra esse ano que tecnicamente tinha acabado de se iniciar. Contei sobre o livro e como tenho caminhado com as histórias novas, rimos, nos divertimos. Falamos até sobre o clima. Quente. Como sempre. Essa cidade não seria tão diferente se não fosse calorosa o suficiente para manter o calor dos seus amores efêmeros.
A noite estava prefeita parecia um sonho. O que de fato era, pois nossos caminhos não se cruzam há três longos anos. Acordei atordoada me perguntando se tudo aquilo tinha sido real. Podia sentir o cheiro amadeirado do seu perfume escapar pela ponta dos meus dedos, aquilo me assustou. O cheiro era de casa e ao mesmo tempo de passado.
Retornar aquela noite que nunca existiu graças a chuva que impediu de nos encontramos. E por um segundo naquela madrugada, permiti-me pensar onde anda você. O que tem feito da vida, se passou naquele concurso e se tornou quem tanto almejou por anos. Se ainda enrola o cabelo na ponta dos dedos. Será que suas bochechas ainda são tão coradas quanto posso me lembrar? Desperto do desvaneio quando o celular vibra em minha cama, saio da janela e o pego. Ao voltar a observar a cidade vejo que o céu está escuro e não tem uma estrela ao contrário do meu sonho que tinha inúmeras delas.
O celular vibra outra vez e é uma mensagem da operadora tenho um novo recado. Ligo para caixa postal e:
- Ah, oi, não sei se você ainda tem esse número. Mas já faz três anos e eu nunca tive oportunidade de dizer o que sentia e talvez nunca tenha. Éramos tão jovens, ainda somos, mas na época adolescentes confusos que não podiam ir ao encontro um do outro pela chuva. E fizemos aquela promessa estúpida de que se não conseguíssemos era pra seguir nossos caminhos sem olhar pra trás. Sexta o CD do seu cantor favorito foi lançado e te enxerguei em todas terminações românticas de cada canção, inclusive da mais triste. Esse tempo todo não segui em frente, me desculpe, quebrei a promessa. Agora estou em frente ao seu prédio e queria poder te observar na janela contando estrelas, mas é impossível nem tem estrelas hoje no céu.
Uma pausa é feita, escuto apenas a respiração de fundo.
- Se algum dia ouvir essa mensagem, me liga, faz um sinal de fumaça, desce e me encontra na varanda, sei lá, só aparece.
Quais as chances de isso acontecer na vida mais de uma vez na vida? Bom, particularmente eu não faço ideia, mas desço as escadas de pijama e tudo atrás dele. O amor não pode me escapar duas vezes, me deseje sorte.
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Vestígios de você no meu sofá | Escritos
Foto: custodial
Leia ouvindo: Se ela voltar - Silva
Ela tinha um coração quebrado e cheio de traumas, mas ainda sim mergulhou de cabeça naquela amor que tinha tudo para dar errado e deu. Da mesma forma que chegou triste e desnorteada, partiu. Porém dessa vez por minha culpa, nunca soube expressar bem o que sentia e ela cansou de sentir por dois, arrumou suas coisas e se foi.
Para longe de mim, do meu cachorro, meus lençóis e meu banheiro que ficava com o cheiro doce dela todas a manhãs e a noite com seus hidratantes de morango. Sinto falta do cheiro do seu creme de cabelo no meu travesseiro dos cabelos bagunçado todas as manhãs. Ah e dos abraços de urso que me dava quando sabia que estava triste. Grudava em mim como um imã e dizia que em um relacionamento as pessoas compartilhavam tudo e que talvez não estivesse pronto pra falar da minha dor, mas que ainda estaria ali na manhã seguinte e todos os dias dos quais precisasse dela.
A certeza que a amava nunca foi tão forte quanto naquele dia. Entretanto fechei-me pela dor e não consegui dizer o que sentia. Os meses a seguir foram repletos de brigas, noites dormidas no sofá e muita dor nas costas.
Até que um dia acordei e olhei para cama. Ela não estava mais lá, olhei no banheiro e nenhuma das suas maquiagens e cremes estavam espalhados o guarda-roupa estava organizado e vazio. Seu all star não estava no tapete da sala com a meias calça de costume. Então, soube que você tinha ido, a dor daquela partida me consome até hoje. Apesar de ter tentando seguir em frente com alguém seus vestígios ainda não foram embora.
Me pego olhando pro sofá e vendo você com sua pantufa de unicórnio e panela de brigadeiro reclamando de cólica. Chorando da sua interminável lista de comédias românticas no meu sofá, no nosso sofá. Você foi embora e esqueceu de me avisar ou pior de me levar.
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Andresa Costa
23 anos, booktuber & Estudante de Jornalismo. Sonha em conhecer vários lugares do mundo, mas também gosta da ideia de conhecer o Brasil primeiro. E acredita que se você não gosta de ler é porque ainda não encontrou o livro certo.