É engraçado, mas talvez
as pessoas não saibam o quanto sou grato a elas. Não, não é sobre gratidão o
texto de hoje. É sobre a falta de algumas pessoas, algumas rotinas, de um ciclo
que acabou e o quanto também sou grato às pessoas que agora deixei para trás,
no qual no começo eu achava que não haveria possibilidades de sentir falta. Talvez
não seja pelo que elas representam de fato, mas sim ao pouco de bom e de ruim
que eu aprendi com elas.
No começo tudo, mas tudo mesmo, era flores. Não
poucas flores, mas flores multiplicadas por mil. Acho que toda essa multiplicação
não passou de euforia. Tudo pareceu destruído em um pouco mais de um mês.
Éramos cinquenta,
e isso torna tudo ainda mais complicado. Tudo indicava que não passaríamos mais
de dois anos unidos. E foi o que se sucedeu. Rachamos, e os cinquenta se
dividiram em polos de amizades. Verdadeiras? Talvez. Durou? Nem tanto. Reconstruiu-se?
Sim, com novos e velhos personagens; uns nem voltaram e tudo parecia ser
melhor.
Uma coisa que aprendi é que as coisas
sempre tem como piorar, não importa quão mágico, não importa quão feliz seja. Outra
coisa melhor ainda é que sempre, sempre mesmo, temos como mudar a situação,
basta tomarmos controle da situação e todas às vezes podemos fazer isso.
A parte da
rachadura onde me encontrava era dividida por seis indivíduos. Mas no final
restaram três. Foram melhores esses três, claro que foi. Já dizia o ditado, quantidade não é qualidade. Hoje esses
três jogam um jogo que se chama verdade, cumplicidade e amizade. Nada melhor
não é?! Talvez. Esse jogo é delicioso e me sinto em paz, em harmonia. Nesse caso,
quanto mais melhor. Esse jogo é jogado por poucos e se mais e mais pessoas o
fizessem, as coisas hoje seriam melhores. Mas não é assim. As regras do jogo
são duras.
Fim do percurso. Ninguém
é mais obrigado a está lá, estar ali. Feliz? Nem tanto. No fim do percurso só sobraram
quinze dos cinquenta e mesmo assim as coisas não pareciam mais fáceis. Na despedida
ás pessoas nas quais não fazia mais questão de ver, descobri em mim um
sentimento novo. O da perda. Não importa o quanto deixei de ser íntimos das
pessoas ao redor, doeu do mesmo jeito. Cada um teve força o suficiente para
poder abraçar uns aos outros. Mas para mim era um pedaço dolorido que saia e
deixava marcas, buracos. Nunca me sentir daquele jeito. Comecei a imagina, na hora,
como seria maravilho se todos tivessem construído uma amizade de verdade e nunca
tivessem levantado as armas, declarando guerra pelo quer que seja. Dava para ser
melhor.
Apesar de tudo
pude aprender com cada um que esteve ou já passou ali. Uma cara feia, um
comportamento, um abraço verdadeiro, depois a falta desse abraço, as confusões de
sentimento, a coragem para gritar pelo o que acha certo, os comportamentos mais
inusitados, os momentos de risos, os desconfortos, as piadas, os conselhos, a
falta desses conselhos, a falta de tato, a falta de julgamentos, os julgamentos
precipitados, as escolhas, tudo. Só me restava absorver tudo. Aprendi muito e
ainda agradeço. Espero reencontrar todos, um dia, em um estado de espírito
melhor do que o da caminhada e o da despedida.
Thank you for being part of my
life.
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