Escritos: Apesar de tudo, sou grato.

domingo, 22 de novembro de 2015






    É engraçado, mas talvez as pessoas não saibam o quanto sou grato a elas. Não, não é sobre gratidão o texto de hoje. É sobre a falta de algumas pessoas, algumas rotinas, de um ciclo que acabou e o quanto também sou grato às pessoas que agora deixei para trás, no qual no começo eu achava que não haveria possibilidades de sentir falta. Talvez não seja pelo que elas representam de fato, mas sim ao pouco de bom e de ruim que eu aprendi com elas.

    No começo tudo, mas tudo mesmo, era flores. Não poucas flores, mas flores multiplicadas por mil. Acho que toda essa multiplicação não passou de euforia. Tudo pareceu destruído em um pouco mais de um mês.

    Éramos cinquenta, e isso torna tudo ainda mais complicado. Tudo indicava que não passaríamos mais de dois anos unidos. E foi o que se sucedeu. Rachamos, e os cinquenta se dividiram em polos de amizades. Verdadeiras? Talvez. Durou? Nem tanto. Reconstruiu-se? Sim, com novos e velhos personagens; uns nem voltaram e tudo parecia ser melhor.

     Uma coisa que aprendi é que as coisas sempre tem como piorar, não importa quão mágico, não importa quão feliz seja. Outra coisa melhor ainda é que sempre, sempre mesmo, temos como mudar a situação, basta tomarmos controle da situação e todas às vezes podemos fazer isso.

    A parte da rachadura onde me encontrava era dividida por seis indivíduos. Mas no final restaram três. Foram melhores esses três, claro que foi. Já dizia o ditado, quantidade não é qualidade. Hoje esses três jogam um jogo que se chama verdade, cumplicidade e amizade. Nada melhor não é?! Talvez. Esse jogo é delicioso e me sinto em paz, em harmonia. Nesse caso, quanto mais melhor. Esse jogo é jogado por poucos e se mais e mais pessoas o fizessem, as coisas hoje seriam melhores. Mas não é assim. As regras do jogo são duras.

    Fim do percurso. Ninguém é mais obrigado a está lá, estar ali. Feliz? Nem tanto. No fim do percurso só sobraram quinze dos cinquenta e mesmo assim as coisas não pareciam mais fáceis. Na despedida ás pessoas nas quais não fazia mais questão de ver, descobri em mim um sentimento novo. O da perda. Não importa o quanto deixei de ser íntimos das pessoas ao redor, doeu do mesmo jeito. Cada um teve força o suficiente para poder abraçar uns aos outros. Mas para mim era um pedaço dolorido que saia e deixava marcas, buracos. Nunca me sentir daquele jeito. Comecei a imagina, na hora, como seria maravilho se todos tivessem construído uma amizade de verdade e nunca tivessem levantado as armas, declarando guerra pelo quer que seja. Dava para ser melhor.

    Apesar de tudo pude aprender com cada um que esteve ou já passou ali. Uma cara feia, um comportamento, um abraço verdadeiro, depois a falta desse abraço, as confusões de sentimento, a coragem para gritar pelo o que acha certo, os comportamentos mais inusitados, os momentos de risos, os desconfortos, as piadas, os conselhos, a falta desses conselhos, a falta de tato, a falta de julgamentos, os julgamentos precipitados, as escolhas, tudo. Só me restava absorver tudo. Aprendi muito e ainda agradeço. Espero reencontrar todos, um dia, em um estado de espírito melhor do que o da caminhada e o da despedida. 

Thank you for being part of my life.

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