PROJETO LEIA UM NACIONAL
– ENTREVISTANDO ESCRITORES NACIONAIS.
1º
Por que decidiu se tornar escritor?
Vou te confessar uma
coisa. Eu sou muito tímida e travo até pra falar "Oi, tudo bem?" Então,
as palavras escritas se transformaram em um refúgio, pra mim. É minha melhor
forma de me expressar, sabe? Sou muito mais eloquente ao escrever. Se me
fizesse essa mesma pergunta e eu precisasse falar para responder, eu diria:
"Pão de batata." E só. kkkk Já para escrever... Vou tagarelar por
horas. Brincadeiras à parte sabe aquela história da varinha do
Harry Potter que
escolhe seu dono? Acho que comigo foi assim. Eu aprendi a escrever e já comecei
a criar pequenos poemas sobre coisas das quais gostava. A maioria deles era
sobre chuva. Eu sempre gostei de chuva. kkk
Depois, escrever se
tornou um refúgio, um lugar onde eu podia explorar minha mente, e expurgar meus
medos, traumas. Quando eu escrevia, o mundo era um lugar melhor. Ou pelo menos
um lugar onde era suportável viver. Escrever me salvou nos piores momentos da
minha vida, e eu nem tinha consciência disso, porque era nova demais para ter
essa noção. Eu só escrevia. E poder dizer hoje que sou escritora, assim de
profissão, é a realização de um sonho que surgiu quando comecei a juntar as
primeiras palavras. Não sei o que seria de mim, se não fossem as palavras
escritas.
2º
Qual sua maior inspiração para escrever?
Vou citar um cara que eu
gosto, pra falar sobre isso. Uma vez eu li uma entrevista do Mike Shinoda
-aquele lindo do Linkin Park- em que perguntava a ele qual era a inspiração
dele para criar a arte dele, música. Ele disse que escrevia sobre emoções
universais, fossem insignificantes, otimistas ou frustrantes. Disse que
escrevia sobre o cotidiano, porque sabia que havia outras pessoas indo na mesma
direção que ele. Depois que li isso, há dez anos, eu poli um conceito. Não sou
a única pessoa que já sofreu um trauma, que já passou por uma alegria
sufocante, que já sentiu saudade ou que já chorou de tristeza.
Há algo de humano em
tudo o que fazemos, e, por mais que sejamos completamente diferentes um do
outro, eu e você, temos em comum essa característica que nos une em um rebanho
de emoções desgovernadas e passionais. Depois que admiti isso tentei escrever
com honestidade, porque sei que, em algum lugar, alguém se sentiria como eu. Em
algum lugar do mundo sei alguém se identificaria comigo e poderíamos
compartilhar uma experiência. Autores e leitores vivem disso, afinal, não é?
Uma troca de experiências.
Por isso posso dizer
que, tal como o Mike, eu me inspiro nas emoções universais, porque elas são
universais.
3º
Já teve uma fase de bloqueio criativo? Se sim, como foi que conseguiu sair dele?
Todo mundo tem um bad
hair day, né? Rsrs. Já passei por muitos dias em que eu encarava a folha em
branco e não conseguia soltar sequer uma palavra. Às vezes porque estava com a
cabeça longe, pensando em algum problema, ou por cansaço mesmo. Quando acontece
eu sempre paro, respiro, e vou fazer outra coisa. Inspiração não tem hora
marcada, uma fórmula. Então, no momento em que eu me sinto vazia, busco inspiração
em coisas simples. Leio um livro, vejo um filme, ouço uma música. Arte me
inspira. Ver o que o ser humano é capaz de criar me inspira a criar também. A
capacidade de criar, a criatividade do ser humano, tudo isso é capaz de mudar o
mundo. É um poder sem limites e, se você quer saber o que eu penso, com grandes
poderes... Haha, vem grandes responsabilidades!
4º
Você acredita que as pessoas estão se tornando leitores mais cedo hoje devido
ao mercado literário estar bem variado?
Com toda a certeza. Eu
nasci na geração que acompanhou o crescimento de uma saga que mudou a história
da literatura mundial, Harry Potter. Sinto um profundo orgulho de ter feito parte
dessa geração e me sinto profundamente feliz quando vejo leitores tão jovens
que nos acompanham que consomem livros e que, ainda que muito jovens, tem um
senso crítico em formação. Para que houvesse um mercado literário variado,
houve antes um interesse por parte dos leitores em geral. Falo por mim, como
autora, que me sinto feliz quando vejo crianças pedindo para ler. E falo por
mim, como leitora, que me sinto feliz ao entrar em uma livraria cheia, e quando
posso compartilhar meu amor pela leitura com milhares e milhares de outras
pessoas. É lindo!
5º
Qual seu escritor favorito e por quê?
Vixi. Rsrsrs. Pergunta
como é possível chegar à paz mundial... É mais fácil. Rsrs. Bem... Vou contar
um segredo. Eu tenho uma forte tendência ao gótico, ao sombrio, essas coisas
obscuras. Minha diva, Amy Lee, tem uma frase que eu utilizo sempre que é:
"Aqui na escuridão eu me conheço." Então, na literatura também é
assim, por isso vou falar do meu amor platônico. Neil Gaiman é um dos meus
favoritos porque a pessoa que escreve livros como Coraline, Sandman e O Livro
do Cemitério merece o Oscar, o Nobel, o Grammy, e todos esses prêmios
importantes. Rsrs. Que argumento, hein? Mas, falando sério, eu sou
completamente apaixonada pelo modo como o Neil Gaiman conduz todas as histórias
que ele cria. Eu sempre comento isso, mas é porque é a verdade. Ele escreve com
uma delicadeza, com uma sutileza, é puramente grandioso e morbidamente bonito.
Quero casar com ele,
quero ser mãe dos filhos dele, quero que ele escreva mais um milhão de
histórias. kkkkk
6º
Gosta de produzir ouvindo música? Se sim quais?
Eu estou escutando
música agora mesmo, enquanto respondo a entrevista. Rsrs. Led Zeppelin - Babe
I'm gonna leave you. Minha imaginação é movida à melodias, então eu ouço
músicas o tempo inteiro. Eu acordo ouvindo música, corro ouvindo música vou à
academia ouvindo música e quando não estou ouvindo música, estou cantando
sozinha. Música faz parte de mim, então, na hora de escrever, ela também me
ajuda a pensar, a criar. As melodias me conectam com minha imaginação. Elas me
envolvem com o sentimento, com as cores que elas pintam e com as palavras que
não dizem, e até com as que dizem. A subjetividade de uma boa música flui como
inspiração, para mim.
Meu tipo de música
preferido é rock, mas eu sou de uma vertente mais obscura. Algumas das minhas
bandas preferidas são Lacuna Coil, Whitin Temptation, Tristania, Epica, Theatre
of Tragedy. Também gosto do
System of a Down, Korn, Linkin Park, Slipknot, Metallica, Avenged Sevenfold... E,
por fim, Evanescence e My Chemical Romance, que possuem alguns dos álbuns mais
inspiradores que eu já ouvi.
7º
Hoje em dia os jovens vem cada vez mais devorando livros e mais livros, No futuro
acredita que boa parte da nossa sociedade vai adotar o hábito da leitura com
mais facilidade?
Acredito que sim. O fato
de que os livros estão em evidência e a massa de leitores é cada vez maior dá
um novo costume ao brasileiro, o hábito de ler. E certos hábitos adquiridos na
infância e na adolescência são levados para a vida inteira. Eu,
particularmente, torço para que ele não morra jamais, porque ainda não
inventaram um jeito melhor de passar o tempo. Ler ainda é a melhor diversão pra
mim. Claro, tem o vIdeo game e os filmes, mas ler... Só não é melhor que
escrever. kkk
8º
Qual sua relação com seus leitores?
Hm... Às vezes eu acho
que meu coração não vai aguentar tanta alegria. kkkk São infartos diários
sempre que vejo a capa da Triângulo de 4 Lados em algum lugar. Sempre que vejo
que alguém está lendo, e todas as mensagens de apoio e de carinho que recebo.
Sinto-me mais perto de realizar meu sonho a cada novo leitor, a cada vez que um
leitor dá vida à Sara, ao Brent, ao Rodrigo e ao Matheus, personagens centrais
da história. Eu também sempre deixo o caminho aberto para discussões, respondo
dúvidas. Tenho uma relação bem próxima com o público, e amo isso. Aceito
críticas, quando feitas com respeito, e, pra ser sincera, eu prefiro as
críticas ao elogio, porque o elogio ilude, e a crítica me mostra onde eu errei,
para que possa corrigir e buscar a perfeição.
9º
Sei como é maravilhoso para um escritor ter seu trabalho reconhecido, como foi
saber que livro seria publicado?
Depois de chorar? Bem,
eu saí dançando pela casa e, acredite, eu não sei dançar. Aí eu chorei de novo.
Aí eu comecei a pular no quarto. Aí eu me deitei e fiquei olhando o teto. Aí
depois eu levantei e liguei pro meu namorado, e falei com as minhas amigas no
wpp. Aí depois eu ouvi We are the champions, em homenagem à Sara, personagem
principal da Triângulo. Nem lembro se eu comi, naquele dia. Só conseguia pensar
em: O triângulo vai ser publicado. O triângulo vai ser publicado. O triângulo
vai ser publicado. AAAAAAAAHHHH! Hahaha
10º
Faça ma lista dos seus 5 livros nacionais preferidos.
Espíritos de Gelo -
Raphael Draccon.
Noite na Taverna -
Álvares de Azevedo.
A Morte sem nome -
Santiago Nazarian.
Prova de Fogo - Pedro
Bandeira.
Um amor, um café e Nova
York - Augusto Alvarenga.
Então pessoal essa foi a entrevista, espero que tenham gostado, apesar de ser suspeita para opinião devido ao carinho e simpatia que criei por essa autora mesmo sem a conhecer ainda, poucas pessoas escrevem com tanto sentimento e paixão, me sinto muito orgulhosa por ter tido o prazer de entrevistar uma autora assim. Fernanda muito obrigada por essa bela entrevista que você publique mais e mais livros, parabéns pela pessoa/escritora que você é!
<------- Foto da autora
Ainda não acabou ela mandou um release uma bela sinopse do livro para vocês, espero que curtam!
Triângulo de 4 Lados
Adelina Barbosa; Fernanda
Medeiros
Editora D'Plácido | 320 p. |
R$29,90
Sinopse:
Unhas mal pintadas de preto e camisas de bandas.
Ela ama O Diário de Bridget Jones, chocolate, e a banda Misfits. Odeia trovões,
lágrimas, e ser chamada de criança. Sara Alcântara tem 17 anos e, como qualquer
garota de sua idade, tem um relacionamento de amor e ódio com a mãe, com seus
estudos, e com a própria vida. Ama suas amigas, que são seu suporte, e sua
base. Até aquela paixão adolescente, platônica, ela possui. Ele tem nome,
sobrenome, e grau de parentesco: Rodrigo Guano, seu primo. Depois do primeiro
beijo, tudo pode acontecer. Ou assim ela pensa ser, até que viaja para Paris
para passar as férias. Quando volta, tudo está diferente, inclusive ela. Sara
se vê inserida num triângulo amoroso... Ou seria um quadrado?
Breves Biografias:
Adelina Barbosa é formada em Relações Internacional e Pós-graduada em Projetos Editoriais Impressos. Sempre com um livro na bolsa e um bloco de anotações para não perder nenhuma ideia. Extremamente romântica e sentimental... Principalmente na TPM.
Fernanda Medeiros é formada em Direito e escreve desde criança. Tem sua própria forma de ver o mundo, e ele se parece com filmes de Tim Burton, canções de Amy Lee e a literatura de Neil Gaiman. Ama ler ficção científica e quadrinhos de Super-Heróis. E... Viva ao Batman!
***
As autoras se conheceram na internet em 2006, em um site onde escreviam fanfics – histórias de personagens famosos criadas por seus fãs – e desde então trabalham juntas. O título que foi lançado pela Editora D'Plácido, no dia 15 de Agosto, na Livraria Saraiva do Shopping Partage, em Mossoró - Rio Grande do Norte, é a estreia delas como autoras.
O livro já está em à venda no site da editora: www.livrariadplacido.com.br
Leia um trecho do livro:
http://issuu.com/editoradplacido/docs/issuu_triangulo_de_4_lados
Gostam da entrevista? Já conheciam o trabalho das autoras ou conheceram agora? Me conte nos comentários!
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