sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Morando na tristeza descobri a solidão da minha alma | Escritos
Começar o ano lendo as palavras de Rupi me faz lembrar do privilégio que é estar viva. Nos últimos meses de 2020, descobri ter depressão, foi uma coisa doida e muito doída, especialmente ouvir isso depois de tantos meses complicados em muitos sentidos. Enxergar o arco-íris depois chuva nunca pareceu tão distante, escrevi muito e boa parte dessas coisas é tão triste que nem queria colocar ‘online’, é íntimo demais. Esse site nasceu com o intuito de compartilhar textos e as leituras que fazia ao longo da minha trajetória como blogueira literária e se tornou um portal bem influente, grande e conseguimos participar e mediar eventos, parceiras e conquistar muita coisa.
Arrisco dizer que manter o Escritos & Livros foi que me manteve viva e sã nos últimos anos. Em todas as fases que me mantive distante do blog e meus projetos me afundei em tristeza, uma tristeza que nem cabe nas palavras escritas por mim, mas que dançaram com as de Sylvia Plath que mesmo sem nunca ter me conhecido me alertou na leitura de A Redoma de vidro até onde minha mente pode chegar. É um grande paradoxo dizer que os livros me salvam desde criança e continuam trilhando os caminhos que quero para mim, mas como disse Maya Angelou no seu livro Carta a minha filha, "Acredito que carregamos as sombras, os sonhos, os medos e monstros da casa debaixo da pele, nos cantos externos dos olhos e talvez na cartilagem do lóbulo da orelha".
A tristeza pode até ter e levado a lugares sombrios, mas escuridão também pode ser um lar quando se tem luz dentro de si. Felizmente sou muito bem protegida e nunca ando sozinha espiritualmente, tenho certeza que para além desse plano tenho muito aconchego espiritual e foi que me tirou da cama nos últimos dias do ano. E me deu força para começar 2021 em meio a sorrisos com quem eu amo do lado, sem mais amores que não cabem e que são dores disfarçadas, sem projeções e carregando pesos dos outros. Quem saiu da minha vida em 2020, obrigada de verdade, me sinto mais leve e com certeza estão todos melhores sem mim. Sempre acreditei que a toxidade também pode partir de mim, afinal não sou um alecrim dourado que nunca errou. Sou feita dos meus erros, acertos e das pessoas que amei. Tomando consciência disso, corrigi alguns comportamentos ao longo dos anos, porém nunca me excluindo da possibilidade de cometer eles de novo e sempre aberta a pedir desculpas.
Morando na tristeza descobri a solidão da minha alma, dancei na chuva com ela e descobri que ainda posso me tirar para dançar. Escrever esses novos capítulos de um ano que não me prometeu nada, mas que me deixou feliz em meio ao caos.
Um abraço leitor, feliz ano novo.
domingo, 30 de agosto de 2020
Aniversário e acaso | Escritos
Já passava da meia-noite, era dia primeiro. Estávamos sentados em um bar escuro e com algumas poucas pessoas ocupando aquele espaço junto conosco.
A cerveja chegou. Os caixas de som na parede ecoavam musicas aleatórias e antigas que tenho certeza, eram conhecidas por todos ali. Naquela noite você bebeu minha cerveja favorita que eu abri no dente como de costume.
E lá estávamos. Eu e você, sentados num bar escuro, sentados ao redor de umamesa alta no canto da parede com dois lugares, que, eu e você ocupávamos como se fossem os melhores lugares no melhor bar do mundo.
A gente quase não falava nada, era mais estranho pra mim que pra você comemorar teu aniversário daquele jeito, juntos, como se o resto do mundo e tudo que vinha com esse “juntos” não existisse. Você fez questão, e eu fui, sem requer fazer qualquer objeção entrei no teu carro disposta a comemorar do jeito que você quisesse. E você quis que fosse apenas eu e você.
Eu estava me divertindo com uma música do rouge, ou seria Michael Jackson? Não lembro, mas lembro de sentir teus olhos me observando, era o que você sabia fazer de melhor. Me observar, e então entre uma música e outra sentei naquele banco alto, você me olhou.
Me disse, entre um gole e outro de cerveja, me olhando todo calmo que não acreditava no acaso.
Entendi o que você quis dizer e brindamos.
Brindamos todos os clichês e todo o passado escuro atrás de nós. Brindamos e você dançou comigo. Brindamos de novo, o bar agora mais vazio. Você segurou minha mão e me beijou. Sorriu. Sentou naquele banco alto de madeira, tirou o celular do bolso enquanto eu dançava você me registrava. Fotos? Vídeos? Não sei, você nunca me mostrou. Era pra você, porquê no fundo sabíamos que não ia durar. Pra você o registro sempre foi em fotos e vídeos que eram feitos timidamente e as vezes escondido. Mas pra mim sempre foram essas palavras tolas que me sufocaram durante os meses em que você esteve no mar.
Se alguém me perguntar hoje o que é acaso,
eu vou dar a definição que li no
Google naquele dia.
Seca e direta.
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
SUPERMÃES: MULHERES ALÉM DA MATERNIDADE | VICIADAS EM SÉRIES
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Mayra Andrade e o afrobeat de Cabo verde
A experiência de ouvir a caboverdiana cantar é incrível e única. Seu álbum é sensual, animado, suculento e muito gostoso de se ouvir. O fato de não entender as palavras que ela canta nas músicas em Crioulo, não afeta em nada o aproveitamento e a experiência diferente que ela vai te proporcionar no segundo em que o você der play no álbum. Mayra canta em Português e em Criolo caboverdiano.
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
5 MOTIVOS PARA ASSISTIR "CARA GENTE BRANCA" | VICIADA EM SÉRIES