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terça-feira, 19 de junho de 2018
Outros jeitos de usar a boca | Estante
Autora: Rupi Kaur.
Editora: Planeta.
Páginas: 208 páginas.
Classificação:
Sinopse: Rupi escreve mais que poemas sobre amor, abuso, família e relacionamentos. A poesia dela transcende um patamar que talvez não seja compreendido por todos, afinal poesia contemporânea tem diversas ressignificações em suas vertentes. As suas palavras são duras e simples escritas em poucas linhas, mas que carregam mais carga emocional maior que um livro inteiro.
A narrativa de Rupi logo ficou famosa, após um vídeo da youtube Jout Jout, mas ela já era famosa no tumblr anos atrás antes de ser publicada. Ela é conhecida como Instapoet pelas suas poesias no instagram tem dois livros publicados no Brasil. Sua poesia encantou jovens e adultos o que fez com seu livro ganhasse edição especial capa dura e vende-se mais de 100 mil exemplares. Segundo uma entrevista da autora numa feira de Barcelona publicada no ElPaís, ela mencionou que seus poemas traduzem o que é universal justamente com suas ilustrações. No começo, acreditava que eram questões de garotas como ela asiáticas ou que emigraram, mas viajando por feiras literárias percebeu que as questões eram universais.
Seu livro é divido em a dor, o amor, a ruptura e a cura. Desde o início da narrativa sua poesia nos mostra o quão intensa, profunda e real é. Não é simples explicada, mas é fácil compreendê-la. Sua questões sobre feminismo, abuso e dor podem vir a ser gatilho. Então, peço que os leitores mais sensíveis a tais questões tenham cuidado ao lerem.
Minhas impressões:
Escrever sobre Rupi é difícil, às vezes acho que palavras não suficientes para descrever o talento para denúncia do mundo desta mulher. E o quão isso é passado através dos seus poemas.
Poesia feminista contemporânea, têm sido um marco para está geração tanto como denúncia, mas como aprendizado. Não é segredo que o feminismo têm se feito presente na vida de milhares de jovens na atualidade através da internet, mas apesar de saber que meus esforços para estudar, compreender o movimento e ajudar em casos que estejam ao meu alcance. Ainda é preciso que livros como este estejam em alta para que outras jovens não tão privilégiadas como nós tenham acesso a este conteúdo por terceiros, como presente ou até em bibliotecas públicas para que saiam de sua zona de conforto e lutem por todas nós.
Quando comecei essa resenha não saberia se que conseguiria me expressar bem sobre está obra, mas a autora fez e faz isto muito bem não só por mim, mas como por todas nós.
Citações favoritas:
Toda vez que você
diz para sua filha
que grita com ela por amor
você a ensina a confundir
raiva com carinho
o que parece uma boa ideia
até que ela cresce
confiando em homem violentos
porque eles são tão parecidos
com você.
a ideia de que somos
tão capazes de amar
mas escolhemos
ser tóxicos
você tem dores
morando em lugares
em que dores não deveriam morar
não se dê ao trabalho de agarrar
aquilo que não te quer
- você não pode obrigar ninguém a ficar
não procure cura
aos pés daqueles
que te machucaram
perder você
foi o que levou
a mim mesma
o copro das outras mulheres
não é nosso campo de batalha
como você ama a si mesma é
como ensina todo mundo
a te amar
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Andresa Costa
23 anos, booktuber & Estudante de Jornalismo. Sonha em conhecer vários lugares do mundo, mas também gosta da ideia de conhecer o Brasil primeiro. E acredita que se você não gosta de ler é porque ainda não encontrou o livro certo.