Foto: Camila Rech
Leia ouvindo: Viva - Zimbra
Quando se tem ansiedade o simples ato de recomeçar é difícil.
Nós últimos três anos, escrever nesse blog tem sido uma das poucas coisas na quais concentro minha energia e me faz extremamente feliz. Neste ano todos os projetos em que me envolvi ou simplesmente arquitetei deram muito errado. E no começo foi inevitável não me culpar, me comparar e ter vontade de desistir de novo. Sim, de novo. A ideia de apagar este site sempre me assombra nos momentos mais complicados da minha vida pessoal, profissional e adulta. Não tenho mais treze anos, mas às vezes me sinto como uma garotinha assustada na maior parte do tempo. O diagnóstico da ansiedade colaborou de certa forma com tudo. Sempre me cobrei demais, pois fui criada dessa maneira e não sei sei gentil e compreensiva comigo mesma, mas estou aprendendo sobre isso na terapia.
Às vezes eu preciso me permitir desmoronar e entender que está tudo bem, pois não sou uma grande muralha. É como a Clarice Freire uma das minhas autoras favoritas escreveu uma vez "Tentando segurar água entre os dedos, vi o quanto é inútil me segurar aos meu medos." Comentei sobre deixar de ser medrosa a pequenos passos nesse texto aqui. Em comparação aos últimos anos adquiri a postura da mulher cofiante e que entende que vai dar sim pode dar errado, pois ninguém além de Deus pode ter o controle de tudo. (escrevendo isso, mas sigo afastada de religião e me sinto muito melhor assim, pois quanto mais conheço a repeito de religião mais entendo que isso não tem nada a ver com Deus)
Uma das minhas melhores amigas viajou na terça passada para um dos lugares que mais quero conhecer no mundo e na companhia dela. E isso me deixou muto feliz por ela estra tendo essa oportunidade, mas deixou meu coração morrendo de saudade e a despedida dela me rendeu um conto que estou pensando em escrever e postar no natal (sem promessas rs). Me senti muito na necessidade de escrever sobre isso por aqui, pois desde que escrevi sobre saúde mental por aqui tive muitos comentários positivos a respeito (eu chorei com algumas mensagens). Provavelmente está é a minha crise dos vinte se prolongando mais do que devia, porém ao mesmo tempo que vivi coisas dolorosas demais como perder o meu avô, entrar em crise por mais vezes do que posso contar e perder o primeiro show da minha banda favorita na cidade.
Conheci pessoas amáveis que espero sempre manter contato pela energia boa e conversa bacana. Fui ao segundo show da minha banda favorita com direito a foto com os membros, comecei finalmente o rascunho de Fred e Júlia (meu primeiro livro vem finalmente :'), entrei numa jornada de autoconhecimento a respeito de escrita e encontrei a minha voz na literatura. Parece que vivi cinco anos em apenas um e os astros nem me alertaram disso. Minha estante de livros cresceu, mas ao mesmo tempo que isso aconteceu a estante também foi esvaziada. Fiz uma promessa a mim mesma de que todo ano iria doar alguns livros no meu aniversário. Meus pais nem sempre tiveram bons salários e minha vó nem sempre me deu grana como hoje. Desse modo, pensei que seria muito legal proporcionar para uma garota que assim como eu, pudesse ser salva pelo livros sendo levada a enxergar outras narrativas dentro do mundo e enxergasse um lugar para ela nele.
É coisa demais para saber numa folha de caderno né? por isso eu corri e abri a janela de nova postagem. Não vou prometer nada e nem dar spoilers, mas uma nova fase vem ai e espero conquistar novos leitores e cativar os mais velhos. Se você se sentir com vontade partir tudo bem, às vezes duas pessoas estão em tempos diferentes da vida e por isso eventualmente se desencontram ou deixam de fazer parte do mesmo ciclo. Só espero que assim como eu aprendo com a minha psicóloga toda sessão, você compreenda que é importante respeitar sua jornada e algumas pessoas que já fizeram parte dela.
Gostei muito do seu blog Andressa. Admito essa sinceridade e paixão no seu texto. Vou acompanhar mais do seu trabalho.
ResponderExcluirOi paulo, obrigada! Espero que goste da nova fase por aqui <3
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