quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MICHELE OBAMA COM OUTROS OLHOS



 


BECOMING é nome da auto biografia da ex primeira dama dos Estados Unidos Michelle Obama. Becoming também é o nome da produção exclusiva da netflix que conta a trajetória da turnê que passou por 34 cidades para o lançamento do livro de Michele.

Se você ainda não assistiu, não perca mais nenhum segundo e corra para dar play nesse documentário maravilhoso. É sensível e íntimo, mostra os bastidores de uma mulher extremamente poderosa e o impacto que ela causou nas pessoas.

Tonando-se é a tradução de becoming e é exatamente isso que o documentário mostra. Como ela se tornou a pessoa que inspira jovens mulheres negras no mundo inteiro. 

As entrevistas de lançamento do livro em que ela participa  foram feitas em auditórios gigantes e  completamente lotados. Quando a câmera mostra as pessoas que ali estavam ocupando o espaço para ouvi-la falar, contar um pouco de sua história. Os olhos de admiração era tudo de mais genuíno que se podia perceber da plateia.

O documentário ainda mostra as gigantescas filas para autógrafo do livro, e meninas muito emocionadas ao se encontrar com ela. Michelle diz que adora esses momentos, pois  tem contato direto com seu público e consegue ouvir um pouco do que eles tem pra contar. 

Produzido pela produtora dos Obama a Higher Gounds Prods,  e distribuída pela netflix, ficou disponível no catalogo do serviço de streaming no dia 06 de maior de 2020. 

Assista ao trailer:

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

GOOD GIRLS: UMA COMÉDIA QUE NÃO É O QUE PARECE | VICIADA EM SÉRIES

Imagem: Google


Sinopse: Beth Boland (Christina Hendriks), Annie Marks (Mae Whitman) e Ruby Hill (Retta) são três mães de família tentando lidar com problemas financeiros e maternais. Cansadas de estarem sempre perdendo, elas decidem planejar um assalto a um supermercado, mas o sucesso do plano faz com que fiquem no meio de uma operação ainda maior e mais perigosa.

Elenco: Christina Hendriks, Mae Whitman, Retta, Manny Montana, Matthew Lillard, Reno Wilson, James Lasure e outros. 
imagem: google

A sinopse da série Good Girls nos faz acreditar que se trata de uma comédia leve, apesar de envolver criminalidade na trama. Entretanto, o enredo nos surpreende e se mostra mais sério do que você pode imaginar inicialmente. 

A série criada por Jenna Bans, conta a história de três amigas que estavam passando por dificuldades financeiras e não sabiam de onde tirar dinheiro. Então, resolvem assaltar um estabelecimento. Às três personagens principais são Beth Boland (Christina Hendriks), mãe de 4 filhos que recentemente havia descoberto a traição do marido;  Annie Marks (Mae Whitman), irmã mais nova de Beth, mãe solteira de uma garota e funcionária de um supermercado; e por fim, Rubby Hill (Retta), melhor amiga de Beth, e precisa do dinheiro para tratar a doença rara da filha. 
Imagem: google
Algumas decisões da vida se tornam uma bola de neve, e é isso que Good Girls quer mostrar. O que seria um "simples" assalto para pagar algumas contas, se tornou uma (gangue) que sempre está em busca de mais dinheiro. A série também apela bastante para o fator emocional, mostrando claramente os motivos que fazem elas continuarem na vida do crime. 

No caso de Beth, seu marido começou a se dar mal no trabalho e perder bastante dinheiro, e como ela sempre foi dona de casa, precisa começar do zero para encarar um divórcio e a criação de quatro filhos. Para Ruby, a motivação é a doença de sua filha. Enquanto aguarda na lista de transplante, ela precisa tomar remédios caríssimos para ter uma vida tranquila. E até mesmo quando um doador aparecer, a quantia a se pagar por um novo órgão é bastante alta. Já no caso de Annie, o dinheiro é necessário para pagar um advogado que defende a permanência de sua filha com ela, já que o pai entrou na justiça para obter a guarda, afirmando que ela não tem condições de dar uma vida digna para a filha.

A série está disponível no streaming Netflix, e que recentemente disponibilizou a terceira temporada da trama com episódios com pouco mais de 40 minutos. 

domingo, 26 de julho de 2020

Meus quereres são iguais ao café que tomo pela manhã | Escritos

Imagem: Pinterest
Acordei com a cabeça doendo e o coração pesado. 
Seis da manhã e eu já estava com vontade de ir embora. 
Não sei que mania é essa que me segue, que anda comigo e não me solta. Nunca sei meu motivo de querer partir. Na verdade, acho que sei, só não entendo. Meu corpo se contrai e minha vontade se perde no meio de tanto querer. Não sei que querer é esse que nunca quer, que sempre volta duas casas e prefere ficar longe. Não sei que querer é esse cheio de medo, de insegurança.
Não entendo esse querer que me traz à tona memórias uma vez já esquecidas? Me fazendo comparar dando-me mais um motivo para correr. 
Eu não sei.
Gostaria que meus quereres fossem fáceis como Caetano faz parecer que são os quereres quando canta, mas bem sei e aceito.
Eles não são.
Meus quereres são confusos e cheios de intensidade. 
Tão fortes como o café que faço pela manhã. Quando há vontade de correr o querer me faz ficar? Quando me queres, eu quero fugir. Quando te quero, nos queremos. Eu não quero saber desses quereres que pesam o coração e me doem a cabeça. Não quero correr, quero ficar. Mas não consigo me livrar de meus quereres, eles são muitos e eu tão verde que sou não sei administrar.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

FLAIRA FERRO: A FÚRIA DA MPB | Playlist

imagem: Google/ Matheus Mello

Nascida em Recife na época do carnaval, Flaira ingressou na vida artística aos seis anos de idade através da dança. Formada em Comunicação Social, Flaira é cantora, compositora e dançarina. Escancaradamente apaixonada pelo seu estado, Flaira diz isso não só em entrevistas, mas também em suas canções, exaltando ritmos, estado, como o frevo e o maracatu. As canções de Flaira falam também sobre o sagrado feminino e liberdade, e a materialização disso é a canção “coisa mais bonita”, que no clipe mostra mulheres se masturbando, e que depois de lançado sofreu grandes represálias e foi retirado do Youtube. O vídeo retornou, com restrição de idade, graças a fãs e pessoas sensíveis à causa. Essa música nos mostra a importância de ser mulher, de refletir sobre a importância de se apropriar do prazer feminino.


A primeira vez que escutei Flaira fazem uns dois anos, a canção era "Me curar de mim" do álbum "Cordões umbilicais", e acredite é minha favorita até hoje. Essa canção é uma espécie de oração, e a partir do repensar seu interior, Flaira nos faz pensar no nosso. 

Interior.
Sombra. 
Cura.
Mantra.

Flaira chama atenção pelas composições, pelo sotaque lindíssimo,  por ter uma força interior que é emanada nas suas canções. Definitivamente uma fúria.

domingo, 19 de julho de 2020

Estrangeira de si mesma | Escritos

Imagem: Google / Reprodução

Leia ouvindo: Billy Joel - Vienna

Quando parti para morar em outro estado pensei que tinha me livrado de antigos sentimentos, pequenas memórias afetivas tão dolorosas quanto escrever esse texto e reviver todas elas. Lembrar o que um sono desregulado embalado de ansiedade pode me causar. É muito doido, porque se isso fosse há três anos, nunca escreveria esse texto em algum lugar público e se escrevesse em menos de uma semana tiraria do ar. Ter que lidar com os pequenos fantasmas do meu passado e ser estrangeira de (si) mesma, se tornou recorrente para a mulher que tem feito sua vida caber numa mala.

Tinha esquecido qual era a sensação de ter uma crise seguida da outra e de ficar entorpecida pelo sentimento de que não conheço os meus próprios sentimentos, que minhas palavras podem ser a armadilha para o que sinto. Nem sempre a literatura ou a escrita ali a espreita no meu diário azul podem me segurar nesse plano.

Algumas coisas por mais dolorosas do que possam ser ditas, cresceram comigo e estão aqui, se curando depois de muitos anos pela leitura de um livro chamado As coisas que você só vê quando desacelera.
"Quando estiver pronto, reúna coragem e tome uma decisão. Embora seu coração não vá dar ouvidos a sua mente, decida perdoar e se livrar das amarras emocionais." pag.104, edição pocket. 
Ainda está bem dolorido as feridas que causei a mim mesma e uma hora ou outras elas voltam à tona, sem que eu sequer lembre que elas existiram. Acredito que encontrar aqueles diários antigos, textos mal-acabados em folhas de rascunho de cursinho e apostilas que se quer toquei, mas escrevi em cima de todas elas o que uma garotinha assustada de dezessete anos sentia, mudaram muita coisa por aqui. 

A minha versão de vinte e dois anos recém completos, já passou por outras situações mais pesadas, complexas e que nem longe a quebraram tanto quanto estranhamento daquele elo de jovem escritora (continuo jovem, mas sinto uma velha escrevendo isso, um dos meus velhos complexos) que odiava ter que assistir aquelas aulas de matemática, ter aulas de domingo à domingo, sem um dia de paz para escrever e não ser mais estrangeira de si mesma.

O que me lembra o longa e o diretor que entrevistei para uma cadeira da Universidade, aquele filme veio num momento crucial. Numa cidade diferente com gente que honestamente me ensinou a como não tratar as pessoas e como não deixar que invadam seu espaço. Essa ferida cicatrizou, mas a lição ficou e que bom sabe. Estrangeiro, longa de Edson Lemos, me mostrou a lição que minha antiga psicóloga dizia sobre eu me comportar como uma mulher de 30 anos e não uma jovem de 19 anos, ainda existia. Toda vez que pontuo essa questão o mundo parece outro lugar ainda mais vulnerável, fui forçada a amadurecer tão cedo que quando me pego pensando em todas as crises pessoais, existenciais, ansiosas e pessoas se aproveitando da minha boa vontade, sentimentos de solidariedade e depois jogando eles contra mim de novo porque decidi  algo que não as agradasse.

É uma grande lição de si mesma, entender suas próprias contradições, seu passado e se abraçar com afeto. 

Ainda não aprendi como fazer isso direito, mas esse processo é bem doído, principalmente entender que ainda tenho resquícios de uma versão de mim que nem sempre foi a melhor possível, porém que sempre esteve disposta a aprender, mudar e buscar o melhor caminho para si mesma, só não tinha gente do lado que soubesse respeitar os seus processos, mas que bom que agora tem.